30-05-2011 18:49
O EFEITO PIGMALIÃO
Efeito Pigmalião (também chamado efeito Rosenthal), é o nome dado em psicologia ao efeito das nossas expectativas e percepção da realidade na maneira como nos relacionamos com a mesma, como se realinhássemos a realidade de acordo com as nossas expectativas em relação a ela.
O poeta romano Ovídio, que viveu no início da era cristã, escreveu sobre o escultor Pigmalião, que se apaixonou pela própria estátua e foi premiado pela deusa Vénus, que lhe deu vida. O polémico dramaturgo irlandês George Bernard Shaw, escreveu sobre esse tema na peça Pigmalião, posteriormente adaptada para o musical My Fair Lady, que retrata a história de uma florista que se transforma em lady porque alguém a viu como tal, fazendo aflorar a lady que já existia dentro dela.
O efeito Pigmalião foi assim designado por Robert Rosenthal e Lenore Jacobson, destacados psicólogos americanos, que realizaram um importante estudo sobre como as expectativas dos professores afectam o desempenho dos alunos. Segundo os autores, professores que têm uma visão positiva dos alunos tendem a estimular o lado bom desses alunos e estes devem obter melhores resultados; inversamente, professores que não têm apreço pelos seus alunos adoptam posturas que acabam por comprometer negativamente o desempenho dos educandos.
Fenómeno semelhante foi estudado por Robert K. Merton, que o chamou profecia auto-realizável, porque quem faz a profecia é, na verdade, quem a faz acontecer.
Na gestão, a profecia auto-realizável foi apresentada num célebre estudo de Douglas McGregor, na década de 1960, que mostrou que a expectativa dos gerentes afecta o desempenho dos empregados: quando o gerente espera coisas positivas deles, essas tendem a vir; quando tem expectativas negativas, elas provavelmente também serão confirmadas. Em termos práticos, se alguém vê o outro como "difícil", não-colaborador ou mesmo como "inimigo", tende a agir como se o outro realmente fosse assim, levando-o a fechar-se para a colaboração e a tornar-se parecido com a imagem criada. Portanto, segundo McGregor, quem tem expectativas negativas sobre os outros, não acredita neles ou não vê suas qualidades, costuma colher o pior dessas pessoas; já quem tem expectativas positivas, tende a obter o melhor de cada uma delas.
Neste sentido, a expectativa positiva de sucesso formulada aos alunos ditos “fracos” acabava por se materializar num elevado rendimento escolar e que, pelo contrário, a expectativa negativa comunicada aos alunos ditos “excelentes”, afectava negativamente os seus rendimentos escolares.
Consequentemente, pode-se questionar se caso o efeito pigmalião fosse verdadeiro e os professores dele tivessem conhecimento não haveria tanto insucesso nas escolas? Investiga sobre o tema e deixa a tua proposta de resposta na caixa dos comentários.
Segundo o livro intitulado por Pigmalião na sala de aula, Rosenthal e Jacobson quiseram demonstrar que dentro de uma sala de aula o rendimento dos alunos acontecia de acordo com as espectativas dos professores. Se os professores criavam boas expectativas sobre os seus alunos, estes demonstravam melhores por outro lado os alunos que os professores achavam que tinham menos probabilidades de ter um bom rendimento apresentavam dificuldades. Então concluíram que a actuação dos professores acabava por ter influência no rendimento dos alunos. Nestas experiências não estavam em causa as capacidades dos alunos, mas sim as espectativas que os professores criavam inconscientemente sobre os alunos em causa, o que levaria a que os professores confirmassem as suas espectativas. Esta descoberta foi muito debatida e a experiência foi replicada por outros autores que confirmaram o efeito descrito.
As experiências realizadas, bem como o discurso dos seus autores chama a atenção para o facto de, em alguns casos, o insucesso de alguns alunos não se dever à falta de capacidades destes, mas sim às baixas expectativas dos seus professores.