André Filipe dos Santos Coelho 12ºB nº7

UNIÃO DO PAR A LONGO PRAZO

30-05-2011 15:23

UNIÃO DO PAR A LONGO PRAZO

 
Nesta longa relação, a fêmea e o macho estabelecem o que é conhecido como uma ligação de par. A maior parte das pessoas chamaria a esse interesse mútuo – o desejo constante de permanecerem juntos, a consciência do estado do outro – amor. Quando uma ligação de par se forma entre as aves, por exemplo, os adultos estão a tomar um compromisso verdadeiramente sério um com o outro enquanto trocam atitudes rituais de comportamento, um comportamento a seguir ao outro, em sequência e organizados pelo código genético da espécie. A duração e complexidade dos rituais permitem à fêmea avaliar as qualidades do macho; em virtualmente todos os rituais das aves, por exemplo, há o apanhar simbólico de comida.
A corte do colimbo-ocidental é um exemplo clássico da complexidade e envolvimento e ligação do par. O colimbo, uma grande ave mergulhadora preta e branca, com um pescoço comprido e um bico amarelo estreito como um arpão, nada nos lagos das grandes planícies do Norte. Vivendo gregariamente juntos, as fêmeas e os machos têm a mesma plumagem, mas as vozes e os sons que emitem revelam os sexos. Durante a estação de criação da Primavera, as fêmeas sem par anunciam o seu estado de solteiras dando um grito muito agudo que soa como “crite”. Um macho livre interessado na sua tentativa de corte responde com um “crite” ligeiramente mais profundo. Depois de várias trocas de “crites”, aproximam-se, olham um para o outro e, se se sentirem atraídos, ficam firmemente lado a lado, ignorando as tentativas dos colimbos sem par para interromperem o namoro.
Com a cabeça baixa, a poupa levantada e o pescoço inchado, o par aponta o bico um para o outro e emite um ruído áspero de mudança mal metida. Estimulados pela cacofonia de sons, mergulham o bico e atiram com água vigorosamente de um lado para o outro. Fazem isto um de cada vez, em sequências e em harmonia, ajustando os movimentos para seguirem o ritmo um do outro. Após alguns minutos deste jogo, atiram-se para a frente e para cima, correndo depressa pela superfície da água, lado a lado, como bailarinos. De repente param e mergulham de cabeça na água. Quando emergem, esticam o seu pescoço de girafa tanto quanto possível e retomam o olhar fixamente um para o outro. Satisfeitos com o aspecto um do outro, passam a uma parte mais comprometedora das suas relações. Cada colimbo mergulha até ao fundo, apanha ervas aquáticas e volta à superfície com elas penduradas no bico. Essas mesmas ervas serão o material de construção para o seu ninho.
Apanhar ervas é um comportamento crítico, comparável a uma mulher a aceitar o anel de pedido. É na altura de apanhar as ervas que a fêmea pode acabar o noivado. Por razões que escapam ao observador científico, muitas vezes se recusa a apanhar ervas, embora o macho o faça com paixão. Na verdade, de todas as cortes começadas, só três em cem fêmeas consentem em dar o passo seguinte – o da dança das ervas -, que precede a construção do ninho. Por outro lado, se a fêmea quiser o macho para parceiro, indica a sua aceitação apanhando as ervas com ele. Unidos, a fêmea e o macho anunciam então a sua ligação a longo prazo quando cruzam os bicos carregados de ervas e se esticam para cima. Além disso, reafirmam a ligação batendo com as suas patas de palmípedes e dançando com os bicos cruzados. Finalmente, com um movimento de cabeça, atiram com as ervas, voltam a sentar-se e alisam as penas em sincronia, como imagens num espelho. Cacarejando satisfeitos, afastam-se em busca do sítio apropriado para construírem um  berçário de ervas e criarem a prole juntos.
SHAW, Evelyn e DARLING, Joan, Estratégias Femininas, 1987. Lisboa: Círculo de Leitores, pp. 159-161
 
Em que medida podemos considerar os animais seres inteligentes? Deixa a tua resposta na caixa de comentários.

 

 

 


André Filipe Coelho disse...

Na minha opinião não se pode considerar os animais inteligentes no sentido em que o seu comportamento está determinado no seu património genético.
Um animal, tal como aprendemos nas aulas, tem um programa genético fechado, pelo que os seus comportamentos são geridos por instintos. O seu comportamento está marcado desde a fecundação pelo seu património genético, não sofrendo alterações até à sua morte. Por exemplo, um cão senta-se quando o dono manda porque, depois de habituado, sabe que vai receber uma recompensa.

Resposta dada com muito carinho e amizade,
André Coelho

© 2011 Todos os direitos reservados.

Crie o seu site grátisWebnode