Rayman

O filme retrata a história de Charlie Babbitt, e do seu irmão Raymond.

Quando Charlie sabe da morte do pai, com quem não tinha qualquer tipo de relação, fica muito entusiasmado pois pensando que era filho único, iria ficar com uma pequena fortuna.

Ao ler o testamento percebe que a fortuna é doada a outra pessoa, que mais tarde vem a saber que é um irmão seu que nunca chegou a conhecer. Raymond, o seu irmão, sofre de uma deficiência mental, o autismo. Raymond era dotado de uma mente brilhante para determinadas actividades, mas também não tem capacidades para variadíssimas coisas.

Charlie, para conseguir ficar com a fortuna que o seu pai deixou ao irmão, decide raptá-lo da instituição onde ele residia e leva-o para Los Angeles. Durante a viagem, entre diversas desconfianças e incompreensões de parte a parte, eles começam a perceber-se mutuamente e a criar uma ligação de verdadeiros irmãos.

Já em Los Angeles, Charlie utiliza o irmão para jogar Póquer pois com as capacidades de contagem de Raymond, estes ganhariam muito dinheiro.

A história acaba com uma batalha em tribunal entre Charlie e o director da instituição em que o Raymond residia. Esta batalha acaba por ser ganha pelo director que faz com que Raymond regresse outra vez à instituição.

"É hoje geralmente aceite que as perturbações incluídas no espectro do autismo, Perturbações Globais do Desenvolvimento nos sistemas de classificação correntes internacionais, são perturbações neuropsiquiátricas que apresentam uma grande variedade de expressões clínicas e resultam de disfunções do desenvolvimento do sistema nervoso central multifactoriais " (Descrição do Autismo, Autism-Europe, 2000). 

No desenrolar do filme, apercebemo-nos de diversas características no comportamento de Raymond, características estas que são associadas aos autistas. Destaco o facto de ele apresentar uma sequência de movimentos repetidos, a capacidade extraordinária de acertar cálculos absolutamente complexos. Contudo, apresenta sérias dificuldades de relacionamento afectivo e social com os que o rodeiam. 

O cérebro, responsável pelos diversos comportamentos humanos, é um órgão organizado em dois hemisférios e em quatro lobos. O hemisfério esquerdo coordena o pensamento lógico, a linguagem verbal, o discurso, o cálculo e a memória. O direito é responsável pela formação de imagens pelas relações espaciais, pela percepção das formas, das cores, das tonalidades afectivas e o pensamento concreto. A ligação entre estes é feita pelo corpo caloso que possibilita por exemplo a percepção da forma de uma caneta pelo hemisfério direito e a capacidade de exprimir oralmente essa forma através da linguagem oral que é coordenada pelo hemisfério esquerdo. É então o corpo caloso que permite um funcionamento integrado dos dois hemisférios.

            Os lobos, o temporal, o occipital, o frontal e o parietal, integram áreas corticais com funções determinadas. Sendo assim o lobo occipital é responsável pela visão, o temporal pela audição, o parietal é composto pelo córtex somatossensorial que possibilita a recepção de sensações e o lobo frontal que é responsável pelos movimentos corporais.

             Contudo, apesar de no cérebro haver zonas cerebrais especializadas em determinadas funções, não se pode considerar uma localização específica compartimentada. Com o passar dos tempos começou-se a considerar que o cérebro funciona num todo, numa rede funcional. Como sabemos um individuo não tem um cérebro igual a qualquer outro.

O autismo é uma desordem global do desenvolvimento neurológico. Normalmente estes problemas acontecem nas partes do cérebro ligadas á comunicação, emoções e sentidos. Consiste numa alteração cerebral que põe em causa a capacidade da pessoa comunicar, estabelecer relacionamentos e responder, de modo apropriado, ao que lhe é pedido.